Acessibilidade na web é a prática de tornar conteúdos e funcionalidades acessíveis a todos os usuários. Ou seja, pessoas com deficiências, por meio diferentes dispositivos tecnológicos e conexões e com variadas experiências precisam ser capazes de compreender, navegar, perceber, interagir e contribuir no ambiente digital.
De maneira bem simples, a acessibilidade na web está relacionada à facilidade de acesso.
“Acessibilidade na web significa que pessoas com deficiência podem usar a web. Mais especificamente, a acessibilidade na web significa que pessoas com deficiência podem perceber, entender, navegar, interagir e contribuir para a web. E mais. Ela também beneficia outras pessoas, incluindo pessoas idosas com capacidades em mudança devido ao envelhecimento.”
(Cartilha Acessibilidade na Web – W3C Brasil)
Tome como exemplo quando uma pessoa cega acessa a uma página na internet.
Hoje, existem ferramentas assistivas de leitura que transformam o conteúdo textual em áudio.
De modo semelhante, os alt texts, que são os textos alternativos das imagens, descrevem em palavras o que contém nas figuras.
O mesmo vale para um usuário daltônico ou com deficiências físicas, de fala, cognitivas e neurológicas.
Você já imaginou o quão frustrante é para um usuário que não escuta acessar a um vídeo no YouTube sem as legendas ou a tradução simultânea em libras?
É importante praticar a empatia e colocar-se no lugar do outro para entender.
Por conta desse tipo de barreira que não pode existir, a atividade primária da acessibilidade na web diz respeito a pessoas.
A acessibilidade na web tem uma função essencial na sociedade.
Ela se destina a facilitar que qualquer um possa cumprir seus objetivos ao interagir com as páginas da internet.
Por que Acessibilidade na Web é importante?
As pessoas estão se sentido cada vez mais confortáveis para realizar todo tipo de atividade no mundo virtual. Muito mais do que ter um design bonito e atraente, os sites precisam atender a todos. Quando uma página não está acessível, ela está fechando as portas para milhões de pessoas, indo contra o seu propósito – que é atrair mais visitantes.
Da mesma forma que as rampas em shoppings para cadeirantes permitem a locomoção de deficientes físicos em cadeiras de rodas, a acessibilidade na web traz às pessoas a possibilidade de navegar na internet.
No Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde, há 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que equivale a quase 25% da população.
Desses, 18,6% apresentam deficiência visual, 7% deficiência motora, 5,1% auditiva e 1,4% deficiência mental.
Como percebemos, uma parcela considerável de internautas pode apresentar algum tipo de dificuldade durante a navegação.
É por isso que, ao criar um website, é necessário considerar esse fator e ajudá-los a ter boas experiências no meio online.
Esse elemento, inclusive, é considerado pelo Google e outros mecanismos de buscas.
Ou seja, é um fator de ranqueamento que pode fortalecer ou comprometer o SEO (Search Engine Optimization) de websites.
Passando à esfera legal, a Lei de Brasileira de Inclusão (LBI), sobre a qual vou falar na sequência, obriga que todos os sites brasileiros, públicos ou privados, sejam acessíveis.
Entretanto, menos de 1% deles se encaixam nos padrões exigidos, de acordo com levantamento da BigData Corp, em 2019.
Isso dificulta até mesmo ações simples, como consumir conteúdo na web e utilizar funcionalidades de aplicativos.
Para saber como se enquadrar nas exigências, você pode acessar as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG).
A W3C (World Wide Web Consortium) é uma organização mundial que desenvolve especificações técnicas e orientações para web. Ou seja, ela quem cria e mantém os padrões para os sites na internet, incluindo os de acessibilidade. O WCAG (Web Content Accessibility Guidelines) é o seu documento que traz as diretrizes de acessibilidade para a web, explicando como tornar o conteúdo acessível para pessoas com deficiências.
Princípios da acessibilidade na web
- Perceptível: As informações e interface são apresentadas de uma forma que possa ser percebida;
- Operável: A Interface e a navegação devem ser operáveis para todos os usuários;
- Compreensível: A informação deve ser apresentada de forma simples e compreensível;
- Robusto: O conteúdo deve ser robusto de uma forma que possa maximizar sua compatibilidade com diferentes tipos de pessoas e tecnologias assistivas.
Um bom primeiro passo é se colocar no lugar do outro.
Compreendendo que uma pessoa cega não acessa um conteúdo da mesma maneira que uma surda. A primeira utiliza um leitor de telas e a segunda precisa de tradução em Libras (a Língua Brasileira de Sinais). Ou seja, pessoas com diferentes tipos de deficiências utilizam recursos e tecnologias assistivas específicos na hora de navegar. E os sites precisam estar adaptados a todos eles.
Aqui vão algumas dicas:
- Faça descrição alternativa das imagens, pois assim os leitores de tela poderão identificá-las e descrevê-las para os usuários cegos.
- Não use apenas cores para destacar uma informação. Isso ajudará pessoas com daltonismo, por exemplo, que não conseguiriam diferenciar os itens destacados apenas por cores.
- Simplifique seu texto. Ao fazer isso, você facilita a leitura de pessoas com dislexia.
- Crie áreas de clique maiores nos botões, isso ajudará usuários que não têm precisão nos cliques a acessar conteúdos específicos.
Seguindo esses princípios não tem erro, seu site estará acessível para todos!
Mas esse é só o primeiro passo, ainda há um bom caminho a ser percorrido.